Oi meninas!
Como vocês sabem, em agosto iniciei uma série aqui no blog sobre pesquisas/testes realizados em animais. Durante toda a semana venho acompanhando em vários sites, incluindo a Fan Page da apresentadora de TV e protetora dos animais Luisa Mell os protestos de vários ativistas, incluindo representantes da Frente Antivivisseccionistas do Brasil na porta do Instituto Royal.
O instituto utiliza cachorros da raça beagles, coelhos e camundongos em pesquisas farmacêuticas e cosméticos. O objetivo é verificar as reações advindas desses testes que podem causar náuseas, vômitos, perca dos sentidos, convulsões, cegueira, atrofia muscular, edema e outros diversos sintomas. Os beagles são escolhidos por se tratar de uma raça dócil, equilibrada, de fácil manejo, considerados de raça pura, ou seja, com pouca variação genética e principalmente por não revidar quando são machucados.
Toda essa história começou em agosto de 2012, onde, após denuncias de maus tratos, cerca de 200 pessoas fizeram uma passeata até a porta da empresa pedindo o fechamento do instituto. Desde a madrugada de 12 de outubro desse ano, os ativistas montaram guarda na porta do Instituto Royal, se acorrentando aos portões para chamar atenção das autoridades com relação as irregularidades que se passavam alí dentro e com uma lista de reivindicações para que fossem atendidas. Foram realizados vários Boletins de Ocorrência e denúncias no Ministério Público para que esse fato fosse apurado e investigado.
Durante o período em que estiveram lá, os manifestantes afirmaram ter recolhidos provas que atestam as irregularidades da empresa, assim como os maus tratos, além de gravar gritos e choros dos cachorros pelo menos 4 vezes ao dia durante toda a semana.
(Relatório de efeitos colaterais encontrado no lixo da empresa)
17/10/2013 - Como tudo - de fato - começou
Foi marcada uma reunião para a tarde do dia 17 com ativistas, funcionários da prefeitura, autoridades e representantes do instituto, que na última hora enviou um comunicado informando que não mandariam ninguém, pois temiam represarias. Tudo não passou de uma armadilha. Nesse mesmo momento, manisfestantes que continuaram na porta do instituto, avistaram 3 vans e um caminhão de pequeno porte entrando na empresa para supostamente fazer a retirada dos animais com o objetivo de eliminar provas. O boato se espalhou pela internet, as pessoas se manifestaram e o movimento que contava com 35 pessoas passou a mais de 150 no final da noite.
Vale ressaltar que em nenhum momento, o Instituto se mostrou disponível para apresentar as instalações e explicar como funcionavam os testes e pesquisas realizadas naquele local. Essa informações e esclarecimentos, omitidas pelo instituto, fez com que as suspeitas dos ativistas aumentassem.
Madrugada do dia 18/10/2013 - Um dos dias mais importantes da proteção animal no Brasil
Os manifestantes estavam sendo informados por um funcionário, que os animais estavam sendo sacrificados e guardados no porão da empresa desde a tarde do dia 17, com a finalidade de eliminar provas. Nenhum carro conseguiu sair da instituição (os manifestantes bloquearam os 2 portões da empresa e nenhum carro saia de lá sem ser vistoriado). Logo em seguida, quem estava por lá ouviu gritos de dor dos cachorros assim como relatado pela Luiza Mell em sua fan page.
Cerca de 150 pessoas invadiram o local e fizeram a retirada de mais de 200 animais, incluindo beagles e coelhos. Ao chegarem no local, os manifestantes juntamente com os Black Blocs encontraram muitas gaiolas sujas com fezes, 1 beagles morto congelado em nitrogênio líquido para estudo químico, animais cegos (completamente sem os olhos), mutilados, com pelos raspados além de muitos fetos de ratos. E claro, não posso deixar de dizer que muitos dos cachorros estavam aparentemente saudáveis, mas só exames poderão dizer.
(Depois do resgate)
(Cachorro congelado em nitrogênio líquido para pesquisa)
(Pessoal do programa Pânico ajudando no resgate)
(Cachorro idosa e cega)
Minha opinião sobre o caso
Sempre fui contra teste de pesquisas realizados em animais, ainda mais teste de cosméticos, pois já existem meios alternativos a essa prática que excluem a utilização de cobaias, falei um pouco disso nesse post aqui*. Acho que se a empresa mostrasse transparência em seu trabalho desde o começo, muita coisa teria sido evitada. Qual o problema em chamar representantes de ONGS, da prefeitura e demais autoridades para mostrar as dependências do instituto a fim de esclarecer todos os boatos? Porque só se pronunciar depois que tudo aconteceu?
Infelizmente testes em animais são permitidos no Brasil, mas eles tem que ser fiscalizados. Não estou dizendo que é esse o caso e que todas os institutos são assim, mas muitas faculdades e laboratórios apesar de serem liberados para esse tipo de atividade realizam diversas outras por baixo dos panos, que não seriam liberadas caso pedissem autorização, justamente pelas práticas cruéis.
A empresa alega que irá processar os ativistas por furto, mas existe uma lei que se encaixa bem nessa situação.
o Código Penal, em seu artigo 150, §3º, inciso II, afirma “não constituir crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências, a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser”.
Foi divulgado que o Governo Federal liberou uma verba no valor de 5 milhões para ajudar no financiamento dessa pesquisa. Porque não investe esse dinheiro em pesquisas e estudos de métodos alternativos a essa prática? A União Europeia já proibiu (veja aqui*), porque nós não podemos aderir a essa prática? Muitas pessoas usam o discurso que isso é necessário, que os cosméticos precisam desse teste de qualidade. Quantas e quantas empresas já deixaram de testar em animais e investem em métodos sustentáveis? Já temos muitas provas que isso é possível. Já é realidade.
Se isso tudo foi um equivoco (pois até o momento ninguém mostrou fotos dos cachorros mutilados), pelos menos uma grande lição ficou: finalmente os brasileiros irão os abrir os olhos para o que se passa por trás desses pesquisas, por trás de um batom bonito que você usa, um creme para o rosto, uma tinta de cabelo.... Com certeza isso será muito abordado nos noticiários. E espero que o governo brasileiro também abra os olhos e mude nossas leis.
BOICOTE PRODUTOS TESTADOS EM ANIMAIS. Quando as empresas começarem a perceber que é algo negativo ter sua marca vinculada aos testes em animais com certeza vão aderir a métodos mais justos. Vamos fazer dessa uma oportunidade para desestimular a compra dos produtos, e
consequentemente, a extinção dessa horrível prática, sendo substituídas
por outras, sustentáveis e justas.
Recomendo