Como são realizados os testes de cosméticos em animais?

  Oi meninas!

          A partir de hoje vou começar uma série de postagens aqui no blog sobre teste de cosméticos em animais, algo que deveria ser abordado no Social Gatas há muito tempo. Essa iniciativa começou ainda na época da faculdade, espalhando cartazes e confeccionando camisetas, mas agora resolvi levar essa ideia mais adiante. Acho que já está na hora do governo federal proibir esse tipo de prática em nosso país já que existem métodos mais modernos que dispensam o uso de cobaias. 

    Animais cobaias, incluindo coelhos, ratos e camundongos, sofrem e morrem por "segurança" de testes de cosméticos em todo o mundo. É impossível saber o número exato de animais envolvidos, pois as empresas não divulgam este lado feio do negócio de beleza. Mas, estima-se que a cada ano milhares de animais são usados ​​em testes cruéis para produtos de beleza e cuidados pessoais como sabonetes, desodorantes, cremes dentais, perfumes, maquiagens e hidratantes.

     É um fato chocante que 80% do mundo ainda permitam testes em animais para cosméticos e produtos de cuidados pessoais. Em março de 2013, a União Europeia, incluindo países como França e Itália, proibiram a venda desses cosméticos, incluindo grandes marcas de produtos de beleza. 

         O que pouca gente sabe e a mídia também não divulga é a forma como esse testes são realizados. Vejamos alguns exemplos:

Toxicidade por dose repetida

Este teste avalia a utilização repetida a longo prazo de uma substância tóxica. Coelhos ou ratos são forçados a comer ou inalar um ingrediente de cosmético ou então o mesmo é esfregado sobre a pele raspada todos os dias, durante o período de 28 ou 90 dias e depois são mortos.

Toxicidade reprodutiva

Este teste avalia se o uso de uma substância pode ter algum efeito sobre a fertilidade, comportamento sexual, parto e crescimento. Coelhas grávidas ou ratos são alimentados à força por um ingrediente de cosmético e em seguida, logo após os resultados a mãe é morta junto com seus bebês. Tais testes levam um longo tempo e são necessários milhares de animais.

Toxicocinética

Este teste avalia a forma como uma substância é absorvida, distribuída, metabolizada e excretada pelo organismo. Coelhos ou ratos são forçados a consumir um ingrediente de cosmético antes de serem mortos e seus órgãos examinados para ver como o ingrediente foi distribuído em seus corpos.

Sensibilização da pele

Este teste avalia se uma substância fará com que a pele fique inflamada e apresente coceiras cada vez que for utilizado. Um ingrediente de cosmético é esfregado sobre a pele raspada dos cobaias e também nas orelhas de camundongos para ver se eles apresentam alguma reação alérgica. Depois do teste os animais são sacrificados

Carcinogenicidade

O carcinógeno é uma substância que causa câncer ou aumenta a probabilidade de alguém desenvolver câncer. Para avaliar isso, os ratos são alimentados à força por um ingrediente de cosméticos por dois anos para ver se eles têm câncer e, em seguida, são mortos.

Clique aqui* e confira uma explicação lúdica e ilustrativa de como funcionam os testes.

Quais são as alternativas ao uso de animais em testes de cosméticos? 

       A ciência faz novas descobertas todos os dias e os testes em animais estão sendo cada vez mais substituído por métodos não animais mais rápidos, mais baratos e mais confiáveis. Muitos métodos utilizados em animais para testar os ingredientes dos cosméticos foram agora substituídos. Estes métodos modernos são mais relevantes para os seres humanos e verificou-se a capacidade de prever reações humanas melhor do que os testes em animais.

      Por exemplo, para avaliar a irritação da pele, existem alternativas como a reconstrução da epiderme humana, como o modelo EPISKIN de pele. Estes ensaios utilizam pele humana reconstituída, doados de cirurgia plástica. As células são cultivadas em placa de petri e são formados os tecidos, incluindo a derme e epiderme. Esse método tem  demonstrado ser mais eficaz do que o teste original da pele de coelho. 

      Outro modelo que pode ser utilizado para substituir os testes em animais que apresentam irritação dos olhos e os efeitos de sensibilização da pele seria a observação das proteínas in vitro (em um tubo de teste) e fototoxicidade que podem ser avaliadas com um ensaio baseado em células. 

   Além disso, as empresas podem provar os seus produtos são seguros, utilizando ingredientes estabelecidos. Há, por exemplo, quase 20 mil ingredientes no banco de dados da União Europeia para o qual os dados de segurança estão disponíveis.

     No vídeo abaixo consta um trecho do documentário "Não Matarás" onde eles abordam os testes de cosméticos realizados em animais. Vale a pena assistir. (o vídeo contém cenas fortes)

     Como posso fazer a minha parte?

     O 1º passo é o Boicote a produto testados em animais. A partir do momento que você, eu, e todos os outros consumidores começarem a buscar por produtos que não sejam testados em animais, as empresas terão uma queda nas vendas e serão obrigadas a mudar seus métodos caso queiram continuar no mercado. 

     O 2ª passo é exigir que a ANVISA inicie a criação de um selo indicativo que deverá ser anexado nas embalagens dos produtos não testados em animais e que esses produtos realmente passem por um controle para termos certeza que de fato a empresa não realiza essa prática. Na Europa já existem o selo chamado Cruelty Free. Queremos um selo para os nossos produtos brasileiros. 

  

        Norman Reedus, estrela da série The Walking Dead recentemente se juntou a Cruelty Free para ajudar na campanha que pede a proibição de teste de cosméticos em animais nos EUA e em todo o mundo. Faça parte você também dessa campanha. 

BOICOTE PRODUTOS TESTADOS EM ANIMAIS.

Cruelty Free Intenacional

Site Oficial: http://www.crueltyfreeinternational.org/

Facebook: https://www.facebook.com/CrueltyFreeInternational